domingo, 4 de agosto de 2013

Santa Maria Madalena, Igual aos Apóstolos


22 de Julho (CE) /04 de Agosto (CC)


Maria Madalena era uma das miróforas (“portadora de mirra”, uma das mulheres que ungiram com perfumes o Corpo de Jesus em Seu sepultamento) e é considerada na Igreja como sendo “igual aos Apóstolos,” título reservado a bem poucos.

A partir do papa Gregório Magno, na Igreja latina se começou a identificar erroneamente a pessoa de Maria de Magdala com a homônima irmã de Lázaro e com a pecadora descrita pelo evangelista Lucas (7:36 50),

Os dados essenciais sobre a santa os encontramos nos evangelhos. Nascida em Magdala (na época, província da Síria) tinha sido curada por Jesus: “da qual haviam saído sete demônios” (Lc 8,2) e a gratidão para com o Salvador se manifestou numa vida nova no seguimento dele.

Em seu coração ardia tamanha fé e amor para com Jesus Cristo que nada no mundo conseguiu apaga-los. Ao seu Senhor ela entregou inteiramente o seu espírito e o seu coração. Em Jesus se concentravam todos os seus pensamentos, desejos, esperanças. Em Jesus se encerrava o tesouro do seu coração e a vida da alma. Seguindo Jesus Cristo com profunda fé, Maria O amava com ardor e desprendimento... Por Jesus era instruída sobre os mistérios do reino de Deus e o servia com os seus bens. Mesmo quando todos, abandonando-O, fugiram (Mc. 14:50), ela não se afastou do Salvador... Sem temer a fúria dos seus inimigos, desafiando a multidão que injuriava o Crucificado, ela O acompanhou até o Gólgota, aproximou se da cruz para participar do seu sofrimento, com a sua presença confortou, na medida do possível, a imensa dor da puríssima Mãe de Jesus. Quis assistir ao sepultamento e à unção com os aromas perfumados.

Em seguida é narrado o que aconteceu a Maria de Magdala após a ressurreição de Cristo. Entre os textos litúrgicos, próprios da santa, que se encontram no Minéon de julho no dia 22, eis o tropário conclusivo.

“Seguiste o Cristo, nascido para nós da Virgem,
ó venerável Maria Madalena, observando seus preceitos e suas leis;
e nós que celebramos tua santíssima memória,
esperamos, através de tuas preces, ser libertados dos pecados.”

Nas Vésperas se insiste sobre a presença da santa junto ao túmulo de Jesus e sobre o privilégio da primeira aparição do Ressuscitado:

“Preparaste aromas para o Cristo deposto no sepulcro,
para Aquele que doa a ressurreição a todos os mortos;
e tendo O visto por primeira, ó teófora Maria,
em prantos te prosternaste diante d’Ele.
Roga-Lhe para que conceda às nossas almas a paz e a graça da salvação.”

É frequente, nos textos litúrgicos, a dramatização de cenas, nas quais são colocados nos lábios dos protagonistas os seus sentimentos. Várias vezes encontramo-la também no Ofício desse dia em que, por exemplo, enquanto está junto à cruz, a santa exclama:

“Que maravilha é esta? Como pode ser entregue à morte e perecer o destruidor da morte, que por sua natureza é a Vida?” (Ode oitava).

No segundo domingo depois da Páscoa a Igreja Ortodoxa celebra as miróforas, entre as quais está Maria Madalena, nomeada sempre em primeiro lugar. Também na festa de 22 de julho se relembra a sua “compaixão, na qual, misturando suas lágrimas, preparou os aromas” para o amado Mestre.

Também para o título “igual aos Apóstolos,” encontramos textos alusivos, como neste Ikos:

“A Luz do mundo, Cristo, vendo a vigilância da tua fé
e a fidelidade do teu amor, apareceu por primeiro a ti, ressurgido do túmulo,
enquanto te apressavas em levar a Ele, o Inacessível, o miron unido às tuas lágrimas.
Por recompensa te concedeu o que o Espírito reservava aos apóstolos:
o mesmo poder e a mesma vontade;
te enviou, pois, a anunciar a boa nova da sua ressurreição
àqueles que tinham sido iniciados por Ele;
e tu intercedes pelo mundo em todo o tempo.”

Na Ode quinta do Cânon se diz de Maria Madalena:

“Após a maravilhosa ascensão do Salvador, percorreste o mundo para anunciar lhe a sua palavra sagrada, tu discípula do Verbo...”

Nenhum comentário:

Postar um comentário