22 de Julho (CE) /04 de Agosto (CC)
Maria
Madalena era uma das miróforas (“portadora
de mirra”, uma das mulheres que ungiram com perfumes o Corpo de Jesus em
Seu sepultamento) e é considerada na Igreja como sendo “igual aos Apóstolos,” título reservado a bem poucos.
A
partir do papa Gregório Magno, na Igreja latina se começou a identificar erroneamente
a pessoa de Maria de Magdala com a homônima irmã de Lázaro e com a pecadora
descrita pelo evangelista Lucas (7:36 50),
Os
dados essenciais sobre a santa os encontramos nos evangelhos. Nascida em
Magdala (na época, província da Síria) tinha sido curada por Jesus: “da qual haviam saído sete demônios” (Lc
8,2) e a gratidão para com o Salvador se manifestou numa vida nova no
seguimento dele.
Em
seu coração ardia tamanha fé e amor para com Jesus Cristo que nada no mundo
conseguiu apaga-los. Ao seu Senhor ela entregou inteiramente o seu espírito e o
seu coração. Em Jesus se concentravam todos os seus pensamentos, desejos,
esperanças. Em Jesus se encerrava o tesouro do seu coração e a vida da alma.
Seguindo Jesus Cristo com profunda fé, Maria O amava com ardor e
desprendimento... Por Jesus era instruída sobre os mistérios do reino de Deus e
o servia com os seus bens. Mesmo quando todos, abandonando-O, fugiram (Mc.
14:50), ela não se afastou do Salvador... Sem temer a fúria dos seus inimigos,
desafiando a multidão que injuriava o Crucificado, ela O acompanhou até o Gólgota,
aproximou se da cruz para participar do seu sofrimento, com a sua presença
confortou, na medida do possível, a imensa dor da puríssima Mãe de Jesus. Quis
assistir ao sepultamento e à unção com os aromas perfumados.
Em
seguida é narrado o que aconteceu a Maria de Magdala após a ressurreição de
Cristo. Entre os textos litúrgicos, próprios da santa, que se encontram no
Minéon de julho no dia 22, eis o tropário conclusivo.
“Seguiste o Cristo, nascido
para nós da Virgem,
ó venerável Maria Madalena,
observando seus preceitos e suas leis;
e nós que celebramos tua
santíssima memória,
esperamos, através de tuas
preces, ser libertados dos pecados.”
Nas
Vésperas se insiste sobre a presença da santa junto ao túmulo de Jesus e sobre
o privilégio da primeira aparição do Ressuscitado:
“Preparaste aromas para o
Cristo deposto no sepulcro,
para Aquele que doa a
ressurreição a todos os mortos;
e tendo O visto por
primeira, ó teófora Maria,
em prantos te prosternaste
diante d’Ele.
Roga-Lhe para que conceda
às nossas almas a paz e a graça da salvação.”
É frequente,
nos textos litúrgicos, a dramatização de cenas, nas quais são colocados nos
lábios dos protagonistas os seus sentimentos. Várias vezes encontramo-la também
no Ofício desse dia em que, por exemplo, enquanto está junto à cruz, a santa
exclama:
“Que maravilha é esta? Como
pode ser entregue à morte e perecer o destruidor da morte, que por sua natureza
é a Vida?”
(Ode oitava).
No
segundo domingo depois da Páscoa a Igreja Ortodoxa celebra as miróforas, entre
as quais está Maria Madalena, nomeada sempre em primeiro lugar. Também na festa
de 22 de julho se relembra a sua “compaixão,
na qual, misturando suas lágrimas, preparou os aromas” para o amado Mestre.
Também
para o título “igual aos Apóstolos,”
encontramos textos alusivos, como neste Ikos:
“A Luz do mundo, Cristo,
vendo a vigilância da tua fé
e a fidelidade do teu amor,
apareceu por primeiro a ti, ressurgido do túmulo,
enquanto te apressavas em
levar a Ele, o Inacessível, o miron unido às tuas lágrimas.
Por recompensa te concedeu
o que o Espírito reservava aos apóstolos:
o mesmo poder e a mesma
vontade;
te enviou, pois, a anunciar
a boa nova da sua ressurreição
àqueles que tinham sido
iniciados por Ele;
e tu intercedes pelo mundo
em todo o tempo.”
Na
Ode quinta do Cânon se diz de Maria Madalena:
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