domingo, 4 de agosto de 2013

Santo Padre Simeão, Louco de Cristo e São João de Emesa


21 de Julho (CE) /03 de Agosto (CC)




Os Monges Simeão, Louco de Cristo e João, seu companheiro de ascetismo, eram sírios e amigos de infância que viveram em Edessa no Séc. VI. Simeão, o mais velho dos dois, permaneceu solteiro e morava com sua idosa mãe, ao passo que João, casou-se, mas após a morte de sua mãe, ele e sua esposa passaram a morar com seu pai viúvo.

Quando Simeão tinha 30 anos e João 24, peregrinaram para Jerusalém com o propósito de participar da Festa da Exaltação da Santa e Vivificante Cruz do Senhor. No caminho de volta para casa, os amigos conversavam sobre o caminho para a salvação da alma. Tão empolgante estava o diálogo, que eles desceram dos seus cavalos, e enviaram os servos a frente com os cavalos, enquanto eles seguiam a viagem a pé.

Passando através Jordan, vendo os mosteiros que estavam na periferia do deserto, ambos foram tomados por um desejo irreprimível de deixarem o mundo e dedicarem o resto de suas vidas à utilidade das lutas monásticas. Eles deixaram a estrada que os levava para a Síria, e fervorosamente oraram a Deus para que lhes indicasse qual mosteiro eles deveriam escolher. Então decidiram que entrariam no primeiro mosteiro que estivesse com seus portões abertos. Neste momento o Senhor informava ao Igúmeno Nikon , em um sonho, para abrir os portões do mosteiro, de modo que o ovelhas de Cristo pudessem entrar.

Com grande alegria os dois amigos atravessaram os portões abertos do mosteiro, onde foram calorosamente recebidos pelo Igúmeno, do qual logo em breve obtiveram a tonsura monástica.

Depois de permanecerem no mosteiro para um certo tempo, Simeão, desejando intensificar seus esforços, decidiu ir para o deserto para praticar o ascetismo em completa solidão. João, não desejando ser deixado para trás por seu amigo, decidiu também compartilhar com ele os esforços da vida solitária no deserto. O Senhor revelou as intenções dos amigos para Igúmeno Nikon, e naquela noite, quando os santos Simeão e João se preparavam para em secreto deixar o mosteiro, Nikos os surpreendeu, abrindo ele próprio, os portões para eles, e orando, deu-lhes a sua bênção e os enviou para o deserto.

Assim que começaram a sua a vida em no deserto, os irmãos espirituais logo experimentaram, pela primeira vez as fortes as fortes investidas do diabo. Eles foram assaltados longamente por sentimentos de culpa por haver abandonando as suas famílias, e os demônios, tentando desencorajar a os ascetas, os subjugava com fraqueza corporal e a ociosidade. Os irmãos Simeão e João lembram-se de sua vocação monástica, e confiando nas orações do seu Padre Nikon, continuaram firmes no caminho escolhido, dedicando todo o tempo à oração incessante e rigoroso jejum, encorajando um ao outro em sua luta contra a tentação. Depois de um tempo, com a ajuda de Deus, as tentações cessaram.

Os monges foram informados por Deus que a mãe de Simeão e a esposa de João tinham morrido, e de que o Senhor as tinha concedido as bênçãos do Paraíso. Após isto, Simeão e João viveram no deserto vinte e nove anos, e alcançaram em suas almas o estado de desapego completo (apathia) e um alto grau de espiritualidade. São Simeão, por uma inspiração de Deus, considerou que chegara o momento apropriado para ele servir as pessoas. Assim, deixando a solidão do deserto, voltou para a cidade. São João, no entanto, acreditando que ainda não tinha atingido o grau suficiente de desapego como seu amigo, decidiu não deixar o deserto.

Os irmãos se separaram com lágrimas. Simeão viajara para Jerusalém, e lá venerou o Túmulo do Senhor e todos os lugares santos. Por sua grande humildade, o santo asceta pediu ao Senhor para permitir-lhe servir o seu vizinho de uma maneira tal que eles não o viessem a admirá-lo. São Simeão escolheu para si a difícil tarefa de se tornar louco para Cristo. Tendo ido para a cidade de Emesa, lá se estabeleceu passando a apar6encia de uma pessoa simplória, comportando-se estranhamente, e por isto foi submetido a insultos, abusos e espancamentos. No entanto, concomitantemente, ele praticava muitas boas ações: Expulsava os demônios, curava os doentes, confortava os que estavam prestes a morrer e trouxe muitos descrentes para a fé e os pecadores ao arrependimento.

Todos os estas coisas que ele praticava sob o disfarce da loucura, e assim nunca recebia elogios ou agradecimentos das pessoas. São Simeão, no entanto, era altamente estimado por seu irmão espiritual. Quando um dos os habitantes da cidade de Emesa visitava a João no deserto, em busca de conselho e orações, ele i, invariavelmente, o encaminhava para Simeão "o louco", dizendo que era mais capaz do que ele para oferecer-lhe conselho espiritual.

Durante três dias antes de sua morte São Simeão deixou de ir para as ruas, e se delimitava a ficar em sua cabana, onde nada havia, exceto feixes de lenha. Tendo permanecido em oração incessante por três dias, adormeceu no Senhor. Alguns dos pobres da cidade, seus companheiros, não tendo visto o louco por algum tempo, foram até sua cabana e o encontraram morto.

Tomando o seu corpo morto, eles o transportaram em silêncio, sem entoar os tradicionais cânticos fúnebres entoados pela Igreja, e o sepultaram num lugar onde os sem-teto e estrangeiros eram enterrados. Contudo, enquanto eles carregaram o corpo de São Simeão, vários dos os habitantes ouviam o cântico de hinos belíssimos, mas não conseguiam identificar de onde vinham.

Depois que São Simeão morreu, São João também adormeceu no Senhor. Pouco antes de sua morte, São Simeão teve uma visão de seu irmão espiritual vestindo uma coroa sobre a sua cabeça com a inscrição: "Pela resistência no deserto."

Tropárion - Modo1

Tendo ouvido a voz de do Apóstolo Paulo: Somos tolos por amor de Cristo!
Simeão, para a glória de Cristo Deus, a Quem servia,
Viveu, aqui na terra a vida de um louco.
Portanto, nós que veneramos tua memória, te suplicamos:
Roga ao Senhor que salve as nossas almas!

Kondákion - Modo 2

Louvemos com ardente amor este homem que viveu na carne como um anjo,
Adornando a sua alma com as virtudes mais resplandecentes,
a Simeão, o igual aos Apóstolos e Portador de Deus.
Honremos juntamente a  João, seu amigo,
Pois tanto um como o outro,
estão diante de Deus, intercedendo por todos nós!

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