15 de Julho (CE) /28 de Julho (CC)
No
final do século IX, o povo russo começava a viver sob a influência do
Cristianismo, depois da conversão da futura santa Olga de Kiev.
Neto
de Santa Olga, Vladimir era o filho mais novo de Sviatoslav de Kiev, com sua
empregada Malusha. Malusha, era uma profetisa que viveu até os 100 anos de
idade e fora trazida de sua caverna ao palácio para prever o futuro.
O
irmão de Malusha, Dobrynya, era tutor de Vladimir e seu conselheiro mais fiel.
Uma tradição hagiográfica, liga sua infância ao nome de sua avó, Olga Prekrasa,
que era cristã e governava a capital durante as freqüentes campanhas militares
de Esviatoslav, seu filho.
Com
a morte do pai, o príncipe Vladimir, hábil e audacioso, começou a governar as
terras que herdara. Guerreou contra o irmão que estava em Kiev e o venceu.
Subiu ao trono de Kiev em 980. No início, idólatra e animado por um zeloso
ardor pelos deuses vikings, chegou a dedicar um templo ao deus do trovão e do
relâmpago, Perun, onde sacrifícios humanos eram realizados.
O
príncipe levava uma vida devassa. Ao retornar de uma campanha vitoriosa contra
os Jatvagues (983), ele decidiu dar graças aos deuses, por meio de um sacrifício.
As vítimas escolhidas foram um mercador varegue, chamado Teodoro, e seu filho
João, cristãos, parentes de sua avó Olga. As circunstâncias dessas mortes e a
firmeza no testemunho da fé de ambos impressionaram Vladimir.
A
maneira como eles se entregaram à morte, surpreendeu o príncipe Vladimir,
tocando-lhe, fortemente, a consciência. Após haver consultado seus
conselheiros, ele enviou embaixadores a diversos países, para obter informações
de como os povos viviam a religião. Quando os emissários, enviados à capital
bizantina assistiram às diversas cerimônias que eram realizadas na Igreja de
Santa Sofia, ficaram impressionados:
"Nós não conseguíamos entender se
estávamos no Céu ou na Terra. Pois, não existe, aqui na Terra, um espetáculo
como aquele, nem tamanha beleza. Nós não somos capazes de definir tal
magnificência. Sabemos, apenas, que é lá que Deus vive com os homens e que sua
cultura ultrapassa a de todos os outros países. Jamais esqueceremos o que vimos
em beleza e compreendemos que, doravante, será impossível, para nós, viver na
Rússia de forma diferente!"
Convencido
de que a glória manifestada através das celebrações e das liturgias era o
resplendor da Verdade, o príncipe Vladimir decidiu tornar-se cristão. Aceitou a
Fé Cristã e mudou completamente sua atitude. A mudança ocorreu de forma rápida,
mas gradual. Primeiro, ordenou aos sábios da corte que viajassem a diversos
países para verificarem qual era a religião verdadeira. Em seguida, chamou
religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e cristãos. O
próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo, atento, suas pregações. O que
mais o impressionou foi o grego que pregou o evangelho de Cristo. Os sábios
voltaram tocados pela graça, com toda a manifestação de fé em Cristo que viram
em Constantinopla, no templo de Santa Sofia. Então eles disseram a Vladimir:
"Se
a religião de Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia,
não a teria aceitado".
Vladimir
começou a estudar o Evangelho e foi batizado em 989. Logo em seguida, recebeu o
sacramento do matrimonio com a princesa Ana, filha de Basílio de
Constantinopla. Desde então, chegavam cada vez mais sacerdotes missionários que
percorriam seus domínios catequizando o povo e ministrando o batismo. O
Cristianismo consolidou-se ainda mais quando Vladimir casou-se com a piedosa
neta do Imperador da Germânia, após o falecimento da princesa Ana.
Modificando
completamente seu caráter, e adotando a doçura e singeleza das atitudes
evangélicas, Vladimir suprimiu a pena de morte e passou a levar uma vida
agradável a Deus, que fez com que seu povo passasse a defini-lo como o
"Sol resplandecente". Ele substituiu os templos pagãos por Igrejas e
mandou erigir um esplêndido santuário dedicado à Dormição da Mãe de Deus,
exatamente no local onde foram martirizados São Teodoro e o filho, João.
Vladimir
morreu em Berestovo, perto de Kiev, em 1015. Seu corpo foi desmembrado em
várias partes que foram distribuídas entre numerosas fundações sagradas onde
são veneradas como relíquias. Uma das maiores catedrais de Kievan é dedicada a
ele.