quarta-feira, 17 de julho de 2013

Nascimento de São João Batista






24 de Junho (CE) / 07 de Julho (CC)


O profeta são João Batista é o mais venerado santo após a Virgem Maria. Ele é lembrado e festejado nas seguintes datas: 6 de outubro — concepção, 7 de julho — nascimento, 11 de setembro — decapitação, 20 de janeiro — Sinaxe do são João Batista, ligado à Festa de Teofania, 9 de março — 1a e 2a Revelações da sua cabeça, 7 de junho — a 3a Revelação, 25 de outubro — a trasladação da sua mão direita da ilha de Malta para a Gatchina (perto de São Petersburgo).


O profeta João Batista era filho do sacerdote Zacarias (da geração de Aarão) e da justa Isabel (da geração de Davi). Eles moravam perto de Hebron, nas montanhas, ao sul de Jerusalém. Ele era parente do Nosso Senhor Jesus Cristo por parte de sua mãe e nasceu 6 meses antes Dele. Conforme nos relata o Evangelho, o arcanjo Gabriel apareceu ao seu pai no templo, anunciando o nascimento do seu filho. E eis, na justa família de pais idosos, que não tiveram filhos, enfim nasce um filho que eles sempre pediram a Deus.



Pela graça de Deus ele não foi morto no meio de milhares crianças massacradas em Belém e seus arredores. São João cresceu num deserto inóspito, preparando-se através de uma vida austera para a grande missão — jejuando, rezando e meditando sobre as coisas Divinas. Ele vestia uma veste rústica, de pelos de camelo e um cinturão de couro, e comeu mel silvestre e gafanhotos. Ele permaneceu lá no deserto até, aos trinta anos, ser chamado pelo Senhor para a pregação ao povo judeu.



Obedecendo à esta chamada, o profeta João foi até o rio Jordão, para preparar o povo para a recepção do esperado Messias (Cristo). Preparando-se para a festa de purificação, o povo costumava vir até o rio para as abluções rituais. E foi aqui que João começou pregar a eles a penitencia e o batismo para a remissão dos pecados. A essência de sua pregação visava a mostrar ao povo que antes de lavar o corpo, é necessário purificar-se espiritualmente, e desta maneira preparar-se para a aceitação do Evangelho. Naturalmente, o batismo de João ainda não era o batismo cristão, efetuado pela obra Divina. O sentido deste batismo era preparar o povo para o batismo futuro pela água e pelo Espirito Santo.



Numa das orações o profeta João é comparado à uma estrela da manhã, que com o seu brilho excedia o brilho de todas as outras estrelas e anunciava a manhã do dia abençoado, iluminado pelo Sol espiritual de Cristo (Mal. 4:2). Quando a espera de Messias chegou ao seu ponto culminante, o Próprio Salvador do mundo, Senhor Jesus Cristo veio até João no rio Jordão para ser batizado. O batismo de Cristo foi acompanhado por fenômenos milagrosos — a descida do Espirito Santo na forma de um pombo e a voz de Deus Pai do céu: "Este é o Meu Filho dileto ..."



Tendo recebido a revelação a respeito de Jesus Cristo, o profeta João dizia ao povo: "Este é o Cordeiro de Deus, que toma sobre Si os pecados do mundo." Quando dois dos discípulos de João ouviram isto, eles logo seguiam Jesus Cristo. Estes dois discípulos eram João o Teólogo e André, o Primeiro Chamado, irmão do Simão Pedro.


Com o ato de batismo, o profeta João como que terminasse a sua missão profética. Ele não tinha medo de mostrar todos os vícios e pecados tanto dos homens simples, como dos poderosos. Por tudo isto ele logo sofreu.

O rei Herodes Antipas (filho do Herodes Grande) mandou prender o profeta João e mete-lo na prisão porque o profeta o acusava de ter abandonado a sua legitima esposa (filha do rei da Arábia, Arefa) e convivendo em concubinato com a Herodíades. Herodíades era esposa do irmão de Herodes, Felipe.

Herodes promoveu um banquete no dia do seu aniversário, do qual participaram muitos convidados. Salomé, filha da ímpia Herodíades, dançava uma dança sensual e Herodes, junto com os outros convidados, ficou tão fascinado, que jurou à Salomé cumprir qualquer desejo dela, até presentea-la com a metade do seu reino. A bailarina, ensinada pela sua mãe, pediu lhe dar num prato a cabeça de João Batista. Herodes respeitava João como profeta e portanto entristeceu-se com este pedido. Porém, ele teve vergonha de quebrar o juramento e assim mandou o guarda para a prisão para decapitar o profeta. A cabeça do João foi entregue à moça, a qual levou-a até a sua mãe. Herodíades, após ter profanado a cabeça do santo, a jogou num lugar imundo. Os discípulos do João Batista sepultaram o corpo dele na cidade de Sebaste, na Samária.

No ano 38 d.C. Herodes foi castigado pelo seu crime: o seu exército foi derrotado por Arefa, que empreendeu a campanha militar contra ele para vingar a desonra de sua filha, abandonada por Herodes por causa da Herodíades, e no ano seguinte, o imperador de Roma, Calígula, condenou Herodes e o deportou para uma prisão.

Conforme a tradição, o Evangelista Lucas, que visitava várias cidades, pregando o Evangelho, levou consigo da Sebaste uma parte da relíquia do grande profeta — a sua mão direita. No ano 959, quando os maometanos conquistaram a Antioquia, (durante o reinado do imperador Constantino Porfirogenito), o diácono Jó trasladou a mão do Precursor da Antioquia para a Calcedônia, de onde ela foi levada para a Constantinopla e onde ela foi guardada até a tomada da cidade pelos turcos. Depois, a mão direita do são João Batista foi guardada em São Petersburgo, na igreja de Nosso Senhor Aquiropita, no Palácio de Inverno.

A santa cabeça do são João Batista foi encontrada por uma mulher piedosa, Joana, e sepultada numa urna no monte das Oliveiras. Mais tarde, um asceta que estava cavando o solo, preparando o lugar para alicerces de uma nova igreja, achou a relíquia e a guardou consigo. Antes da sua morte, temendo a profanação por parte dos ímpios, ocultou-a na terra no mesmo lugar onde ela foi achada. Durante o reinado do imperador Constantino Grande, dois monges vieram para Jerusalém, para orar no Santo Sepulcro. São João Batista apareceu a um deles em sonho indicando, onde estava enterrada a sua cabeça. A partir desta data, os cristãos começaram a festejar o Primeiro Achado da cabeça do São João Batista.

Foi sobre o João Batista que Jesus disse: "Entre os nascidos de mulher não existe profeta nenhum maior do que João Batista." João Batista é glorificado pela Igreja como "um anjo, apóstolo, mártir, profeta, círio e amigo de Cristo, o selo dos profetas e intercessor da velha e nova graça, e entre os nascidos, a mais venerável e luminosa voz do Verbo."

A referência a São João Batista como um “anjo” faz lembrar que não raramente nos ícones ele é representado com asas de anjo. Com efeito “era mais que um homem,” como diz o evangelho, e a palavra “mensageiro” em grego torna se “anjo.” Sendo um dos santos mais venerados no Oriente bizantino, é compreensível que muitos sejam também os ícones que representam São João, chamado sobretudo de Precursor. Encontramo-lo representado sozinho, ou com episódios da sua vida, especialmente o da sua degolação. Nos grupos da Déesis (ou Intercessão) ele aparece à esquerda do Cristo; à direita está a Mãe de Deus, ambos intercedendo, de cabeça um pouco inclinada, em atitude de súplica.

  
Tropário (4º Modo).

“Profeta e Precursor da vinda do Cristo, mesmo querendo te honrar, não conseguimos celebrar-te dignamente. A esterilidade de tua mãe e o mutismo de teu pai cessam com o teu glorioso e venerável nascimento: por ele a encarnação do Filho de Deus foi anunciada ao mundo.”

Kontákion (3º Modo).

“Isabel, antes estéril, hoje gera o Precursor do Cristo: com ele se cumprem todas as profecias. No Jordão, João, conforme os profetas haviam preanunciado, ao impor as mãos sobre Jesus, mostra se ao mesmo tempo profeta, arauto e precursor do Verbo divino.”




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